Prestadores de serviços conversaram presencialmente com a coordenadora do Planserv, Cristina Cardoso, para esclarecer sobre as retenções financeiras realizadas nos serviços médico-hospitalares prestados aos usuários do plano e que estão impactando negativamente nas unidades de saúde.
O encontro foi promovido na tarde desta quarta, 12, pela Ahseb, e teve a presença do presidente da entidade, Mauro Duran Adan, da superintendente, Maisa Domenech, e do presidente da Febase e vice da CNS, Marcelo Britto.
O presidente da Ahseb abriu o evento ressaltando o momento de diálogo e agradecendo a presença do Planserv. “Estamos repactuando um modelo e a forma de nos relacionarmos. O Planserv reforçou a parceria com as instituições vindo aqui, aceitando nosso convite”
A superintendente da Ahseb, Maisa Domenech, falou da importância do encontro, sobretudo se, através do diálogo, trouxer resultados efetivos para a rede prestadora de serviços médico-hospitalares, agradecendo ao Planserv pela presença.
Marcelo Britto destacou o formato do evento como referência e ressaltou o momento de crise porque todos passam. “Acredito que seja a primeira vez que se fala de uma forma honesta e transparente. Não é agradável para ninguém termos cota, limite de orçamento, falta de reajuste, burocracia, a situação é delicada. Acho que devemos repetir eventos deste tipo”.
Maisa Domenech ainda sugeriu um novo agendamento no final deste ano para se avaliar os desdobramentos deste momento.
QUESTIONAMENTOS – Cristina Cardoso fez uma explicação inicial mostrando gráficos que apontavam a despesa acima da receita nos últimos meses pelo Planserv. Segundo ela, o orçamento do plano de saúde é o mesmo de 2016 e ainda tem um pouco de aumento, mas a demanda do consumidor aumentou muito, o que tem causado um desequilíbrio financeiro e fez com que o Planserv adotasse as medidas de controle, que implicaram em glosas e retenções financeiras, além de outras, como o sistema de controle de consultas que será implantado em breve em toda a Bahia e vem dando resultados significativos em Lauro de Freitas, em período de teste.
Quando questionada pelos presentes sobre as causas do desequilíbrio, a coordenadora do Planserv as atribuiu aos seguintes fatores: aos beneficiários que passaram a usar mais a carteira, ao reajuste no valor da consulta eletiva desde dezembro de 2014 e ao fato de o Planserv ter ampliado a rede de assistência.
Sobre as glosas e os valores retidos, Cristina afirmou que só será possível dar uma posição quando as contas tiverem equilibradas, “quando houver despesa dentro da linha verde e os atendimentos estiverem racionalizados”, explicou.
Os prestadores presentes colocaram as dificuldades que vêm enfrentando por conta das retenções financeiras sobre os serviços efetivamente realizados, a ausência de recomposição de preços por mais de 8 anos, agravada pelo gerenciamento de cota pretendido pelo Planserv, sobretudo nas urgências e emergências, Oncologia e pacientes renais crônicos.
Os estabelecimentos cobraram ainda da representante do Planserv a adoção de medidas educativas para conscientização do beneficiário, visto que muitos vêm demonstrando insatisfação quando são informados de que há esgotamento da cota. “Os casos deverão ser encaminhados à Central de Atendimento, que providenciaremos o remanejamento”, disse Cristina.
Ao final, a Ahseb ainda colocou-se à disposição dos presentes caso alguma outra situação não relatada mereça um novo tratamento junto ao Planserv. “Precisamos avançar nas etapas para discutir reajustes e melhorias. E queremos o caminho aberto”, disse o presidente da Ahseb, Mauro Duran Adan, ao finalizar o encontro agradecendo a presença da coordenadora do plano de saúde.